“Potência em dobro”

Revista FullPower – Ed. 50

De 1.0 para 1.6, dos 60 cv para mais de 120 cv…
Tudo isso num aspirado confiável de uso diário
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Dobrar a potência do motor é o sonho de muito proprietário. A primeira alternativa para se atingir um objetivo como esse está em um turbocompressor ou em uma injeção de óxido nitroso poderosa. Este Corsa Wind Millenium, 2002, quatro portas, saiu da linha de montagem com um quatro cilindros 1.0 econômico e hoje esbanja mais de 120 cv, rendendo muito bem. O 0 a 100 km/h, antes feito em “tempo suficiente”, como usado em propaganda de carro 0 km há anos, por exemplo, passou a ser algo bem mais interessante. Explico: da mecânica original, um litrão, ficou apenas o câmbio de relações supercurtas (necessárias para movimentar com segurança um carro de uma tonelada e menos de 10 kgfm de torque). Depois de um incidente em uma redução de marcha, que conseqüentemente inutilizou algumas válvulas do cabeçote, o proprietário Caio Prestes, de São Paulo, trocou o motor. Entenda isso como bloco e cabeçote completos, tudo do Corsa 1.6. No interior do bloco, uma retífica obrigou o uso de pistões com maior diâmetro, resultando numa cilindrada exata de 1.618 cm³. Virabrequim e bielas continuam originais. Com câmbio de 1.0, amigo, saia da frente!!!

Durante as fotos para a AUTOPOWER, queimamos bastante álcool do tanque do Chevy. O combustível vem do reservatório sugado e impulsionado por uma bomba elétrica de Astra Flexpower. Os jatos de álcool invadem as câmaras de combustão pelos bicos injetores retrabalhados – originalmente do motor 1.6. Na prática, engolia o asfalto na firmeza, passando uma marcha em cima da outra, de primeira até quinta, em uma entrega de potência linear, de 2000 rpm até pouco mais de 5000 rpm. Após essa rotação, o rendimento cai e deve-se engatar outra marcha. A quinta marcha chega ao fim rapidamente, perto do limite de giro. Para ter idéia, em quinta, a 100 km/h, basta pregar o pé no porão que mais parece estar em terceira marcha, tamanha disposição. Mas deve-se cuidar para evitar eventuais quebras e até atropelar alguma válvula novamente, entortando-a e obrigando a abrir o motor, mexer em cabeçote… Tudo de novo! Resumindo, seria um prejuízo e tanto! O cabeçote recebeu válvulas maiores, passou por polimento de dutos e foi rebaixado levemente, deixando a taxa de compressão em 11:1. O comando de válvulas é o original do 1.6. Com a admissão mais disposta, inclusive com um filtro de ar cônico Race Chrome, o escape deveria mandar embora os “restos mortais” da queima: entrou em cena um coletor 4×1 dimensionado Dudu Escapes, e apenas um abafador SilenPro mantendo o ronco discreto. Afinal, ninguém precisa saber que o pequeno Corsa caminha pra valer.

A preparação do motor custou pouco mais de R$ 5000 (incluindo a compra do motor). Segundo Caio, os pistões eram originais de 1.6. “Fui obrigado a comprar uma medida maior que a de fábrica, de custo muita mais elevado! Mas valeu a pena, estou bem satisfeito com o carro. É um original de ótimo desempenho, relação custo X benefício para rodar todos os dias… Bem interessante”, completa o proprietário. Na ponta do lápis, a grana investida elevou a potência de 60 cv para mais de 120 cv no motor. O torque, foi dos 9 kgfm para cerca de 18 kgfm. Tudo dobrado com as alterações sobre o capô!  

Além do motor, algumas mudanças colaboraram para o desempenho completo do Chevrolet: suspensão de rosca Fênix, reduzindo a altura e diminuindo o rolling da carroceria (balanço lateral) e as TSW Evo R aro 16″ com pneus 205/40. Detalhes internos também ajudam no prazer ao dirigir: volante, pedaleiras e manopla de câmbio Sparco, mais esportivos e instigantes para uma tocada inspirada. E o prazer se estende a quem roda ao lado também: há um aparelho de DVD e até um Playstation para que o passageiro se divirta enquanto Caio tira uma onda com o Corsa aspirado, motor trocado e poderio dobrado!

Custo
Se você tem um Corsa com motor 1.6 MPFI, o custo da brincadeira para saltar dos 92 cv e 13 kgfm de torque originais para 120 cv e 18 kgfm fica bem menor que os R$ 5000 investidos por Caio (que está contabilizando o custo do motor 1.6 nesta preparação). E se o álcool for caro em sua cidade, a preparação fica ainda mais barata ao custo de alguns cavalos a menos (cerca de cinco cv);

Preparação 1.6 gasolina
Filtro Max Filter com tubo de admissão R$ 300, trabalho no corpo de borboleta para 48 mm (R$ 180), programação NPC Performance com emulador em tempo real (R$ 650), retrabalho no cabeçote (R$ 800), sistema de escape completo com coletor dimensionado Dudu e abafador SilentPro em aço inox (R$ 1200), velas (R$ 80). Total: R$ 3210.

Preparação 1.6 álcool
R$3210 da preparação similar à gasolina, bicos trabalhados (R$ 250), bomba elétrica (R$ 400), partida a frio (R$ 150). Total: R$ 4010.

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