Revista Car Stereo Tuning – Ed.52

Quem não se importa em pagar mais caro por um carro turbo, em busca um motor de alta performance, com boa durabilidade e garantia de fábrica, que lhe dê potência e torque elevados? No ato da troca de seu modelo aspirado por um turbinado, o motorista já sente a diferença entre as duas versões, e vibra com aquela gostosa sensação de “colar” as costas no banco. Se, por este raciocínio, o desempenho do carro turbinado é superior ao aspirado, por que raios, com poucos meses de uso, tem gente que cisma em aumentar a potência do motor, e não se contenta com o que tem?

A resposta é difícil, não se sabe o porquê de as pessoas que têm óleo nas veias idealizarem sempre um fôlego extra no motor. Há diversas maneiras corretas de incrementar um motor turbo de fábrica. Entretanto, especialistas em preparação fazem um alerta: criticam o chamado oba-oba, como querer aumentar a pressão da turbina manualmente, mexendo na válvula conhecida como Wastegate, sem o acompanhamento de uma oficina credenciada. Um truque, que aumenta a pressão da turbina, que varia de 0.8 a 1.0 bar, para 1.4 bar, mais barato e arriscado.

No limite, a turbina não agüenta e quebra, “fuma”, porque queima mais óleo do motor.

O tal oba-oba contagiou o biomédico Marcelo Gutieres Sasia, de 39 anos, que comprou um Marea Turbo em 2000, com poucos meses de uso, e teve a sua turbina quebrada por duas vezes. Ele sentiu no bolso o resultado da afobação: um recondicionamento de turbina custa quase R$ 1.000.

As dores de cabeça do biomédico só terminaram com uma parada na NPC Performance, onde o carro chegou guinchado, com a turbina soltando fumaça.

AFOBAÇÃO

“Quando as pessoas compram um carro turbo de fábrica existe uma afobação geral para aumentar a pressão da turbina, depois de uns meses de uso. Geralmente chega um amigo que diz que isso funciona, que não faz nenhum mal para o motor, mas nem sempre é o que acontece, podendo comprometer a turbina original e até o motor do carro”, adverte Marcos Eli, um dos sócios da NPC Performance, ao lado de Fábio Reolon.

Segundo o preparador, o primeiro passo, depois do conserto da peça original, é aumentar o diâmetro interno da turbina, para que ela agüente mais pressão. O Marea Turbo do biomédico passou a funcionar a álcool.

Marcos trocou os cinco bicos de injeção, um para cada cilindro do carro. A motorização do Marea Turbo, um dos modelos top de linha da Fiat, é 2.0, com cinco cilindros e 20 válvulas, que resulta em 182 cv de fábrica. Uma nova bomba de combustível foi adicionada ao carro, com o objetivo de manter a pressão na bomba de combustível, segundo o preparador. Com a turbina renovada, Marcelo reprogramou o chip de potência, que condiz com a nova pressão da turbina do carro, agora estabilizada em 1.6 bar. Com essas alterações, somada à instalação de um filtro de ar esportivo da K&N, o carro teve sua potência elevada para 270 cv na roda, medidos no dinamômetro, atesta o proprietário do carro.

DEUS É FIEL!

O interior do carro permanece original, exceção aos relógios importados colocados em cima do painel. São quatro modelos: pressão de combustível Cronomak, contagiro Autometer, com shift-light, pressão do turbo Auto Meter e um relógio que mede a mistura ar/combustível da Beast Racing.

Marcelo não é muito ligado à mania tuning, mas deu uma caprichada no visual do carro. Com a ajuda de um amigo, que instalou um kit aerodinâmico TG Poli e pintou as rodas e as pinças de freio originais, o carro ficou mais invocado.

A lanterna traseira está mais escura, e as lâmpadas dianteiras são de halogênio. O pára-choque dianteiro ganhou nova grade, inspirada em uma picape gringa.