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“Mais rápido, mais seguro”

Revista Autoreview – Ed. 1

Embora a maioria das fábricas torça o nariz para o assunto, é possível, sim, adicionar maior potência a um carro blindado.

A PEÇA CHAVE
A central eletrônica é o cérebro do carro. É por meio dela que todos os sistemas de veículo se ajustam, são controlados e fazem funcionar da injeção eletrônica ao acionamento dos vidros elétricos, por exemplo. No campo mecânico, a central regula constantemente (e automaticamente) o motor, conforme a altitude em que o automóvel está, a octanagem do combustível usado e até mesmo a maneira como o condutor dirige.

Valendo-se dessas informações, o carro “sabe” a quantidade de gasolina que deve adicionar ao ar do motor, gerando a mistura ar/combustível ideal, e o tempo necessário para se produzir a centelha da ignição. Assim, o sistema controla como o veículo vai se comportar, garantindo uma condução sem trancos ou falhas. Quando se faz a reprogramação do chip da injeção eletrônica, ele alimenta a central eletrônica com novas informações para o automóvel. Dessa forma, ele passa a exercer todas as funções que comentamos acima e trabalha focado para um maior ganho de potência.

Mesmo com o uso de materiais modernos, em geral mais resistentes e mais leves, é um fato a blindagem deixar um carro mais pesado. Nos níveis de proteção mais procurados são adicionados entre 90 e 130 quilos, em média, ao veículo.
Em termos práticos, essa carga extra equivale a levar um passageiro um pouco mais “fora de forma” ou a transportar bagagem no porta-malas. Por isso, as empresas especializadas garantem que a instalação desse sistema de segurança não compromete as características originais de durabilidade do veículo, tampouco sua potência. Mas, como o brasileiro é um apaixonado nato por carros, há quem não se dê por satisfeito e busque incrementar ainda mais seu blindado.

Mesmo porque um veículo que pode ser ainda mais rápido, sem dúvida, leva vantagem em um momento crítico, como o de uma abordagem por outro carro em uma tentativa de sequestro ou para uma fuga mais eficiente no caso de um assalto. Com maior rapidez, há chances maiores em termos de segurança.
Para esse motorista (e também para os modelos convencionais, não-blindados), o mercado oferece duas interessantes opções: turbinar o motor ou reprogramar sistema de injeção eletrônica. A primeira alternativa já é bem conhecida. Acrescido do turbo, o carro consegue um aumento de potência que pode chegar a, no mínimo, 50% a mais do que a original de fábrica. “Mas é evidente que esse percentual varia conforme as características do modelo.”, ressalta José Ricardo Lucchesi, proprietário da Lucchesi Preparações. O empresário defende que a melhor opção para se obter potência extra num blindado é instalar o turbo. “Para o motorista, o ganho de potência com o turbo é maior, já que retrabalhar o chip da injeção eletrônica agrega, no máximo, de 10% a 20% de potência, levando-se em conta que também é preciso fazer algumas alterações mecânicas”, completa.

Turbinados com eletrônica. Embora essa diferença possa parecer gritante, o remapeamento da injeção funciona de maneira bastante satisfatória. E tanto funciona que caiu nas graças do consumidor. Eduardo Marchioreto, programador técnico da ATW, explica que o trabalho é simples. Basta alterar as informações de fábrica registradas na central eletrônica do veículo quanto ao tempo de injeção e o ponto de ignição, de forma que o motor receba combustível em menos tempo, apresentando uma resposta mais rápida. Como resultado, o propulsor fica mais potente. “Esse trabalho é feito com a substituição do chip original por outro e, na hora que desejar, o cliente pode reinstalar a peça antiga”, diz Fabio Alexandre Reolon, proprietário da NPC Performance, apontando uma vantagem para quem quiser vender o carro com as características de fábrica. Ele também afirma que, em modelos mais novos, como Fiat Marea e Stilo 2.4 e Meriva e novo Astra da General Motors, por exemplo, a reprogramação é feita no próprio componente eletrônico do carro. “Apagamos a configuração ‘oficial’ e inserimos os dados. Mas, antes, fazemos o backup do sistema anterior, resguardando sua ‘memória’ original”, assegura o empresário.

Vale destacar que motores turbinados também podem ser submetidos à transformação. “Em um automóvel com turbo, o chip altera a pressão da turbina, aumentando a aspiração de ar e, conseqüentemente, a potência”, explica Rodnei Ribeiro Matosinhos, proprietário da Matos Car. Se a modificação do chip em um modelo aspirado envia mais gasolina para um motor, otimizando a mistura ar/combustível, nada mais natural do que trabalhar também a entrada de ar.

Assim, as oficinas especializadas em preparação também sugerem a troca do filtro de ar por um modelo esportivo, que tem cerca de 95% de vazão do fluxo de ar, contra uma média de 60% da peça de fábrica. José Ricardo Lucchesi vai mais longe ainda e aconselha tratamento VIP para o automóvel. “Para haver um ganho real de potência, sugiro uma otimização do cabeçote, o aumento do diâmetro da borboleta da injeção eletrônica e a troca do comando de válvulas em função da nova pressão do óleo do motor, já que os comandos atuais são auto-reguláveis”,enfatiza. Nesse caso, o carro pode receber tratamento nos três componentes ou em apenas um deles. “Tudo depende das expectativas do cliente em relação à preparação. Por isso trata-se de um trabalho personalizado que objetiva deixar o carro com a cara do seu dono”.

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