Revista Full Power – Ed. 12

Descubra como funciona o emulador, um equipamento de alta tecnologia que permite a reprogramação de chips de injeção eletrônica em tempo real.

Se você tem um carro original com injeção e quer entrar para o mundo dos fuçados, lembre-se que além de boas peças, o acerto final é fundamental para o funcionamento perfeito. O mesmo cuidado deve ser aplicado até para quem está querendo converter o automóvel de gasolina para álcool, ou apenas chipar para ganhar um pouco de potência.

Atualmente, a melhor maneira de afinar o motor é levar o carro a uma oficina que disponha de um emulador em tempo real. O nome assusta, mas trata-se de um aparelho que permite a comunicação da central de injeção com um notebook dotado de um software específico para alterações de mapas de injeção. Na prática, basta localizar e abrir a centralina do carro, retirar o chip e, no seu local, espetar uma ponta do chicote do emulador – a outra extremidade liga-se ao computador portátil.

“O carro funciona normalmente, pois os parâmetros do chip original são pré-gravados no programa do emulador”, ensina Fabio Alexandre Reolon, da oficina paulista NPC Performance, que desenvolve seus projetos através de um emulador em tempo real. Feitas as conexões, é só rodar alguns quilômetros.

A partir daí que a experiência do preparador entra em cena.
“Com o carro andando, vejo os gráficos na tela do notebook”, ensina Fabio. Ele completa: “Uma vez que o cérebro do carro passou a ser o software, e não mais o chip original, posso alterar diversos parâmetros como tempos de injeção e ignição, curva de avanço, etc”.

Para se ter uma idéia do “poder de influência” do emulador sobre o motor, basta dizer que o preparador pode fazer até o carro morrer, através de um simples comando no teclado do notebook. O preparador ainda pode fazer as modificações em qualquer condição de temperatura, carga do motor e relação rpm/pressão no pedal do acelerador.

Obviamente o conhecimento técnico continua sendo crucial para um trabalho perfeito. Ou seja, apesar de toda tecnologia, o preparador continua sendo fundamental, pois uma alteração equivocada resultaria em mal funcionamento do motor.

Por esses fatores explica-se a diferença de preços entre um acerto convencional – no qual o chip recebe parâmetros pré-gravados, independentemente do comportamento dinâmico que ele surte em cada carro – e o ajuste fino obtido através do emulador em tempo real.

Depois de rodar com o automóvel e realizar as devidas mudanças, hora de voltar para a oficina e gravar os novos parâmetros na epron – o chip propriamente dito – e recolocá-la na central.

Pronto! Agora é só usufruir de um carro preparado com equipamento hi-tech e, claro, mão-de-obra especializada.

Tudo o que pode ser alterado através do emulador