“Recuperando Potência”

Revista AutoPower – Ed. 52

Pegamos o Palio 1.6 16V do leitor Gustavo Preterote, de Louveira (SP), para preparar “na faixa”. O carro, que era convertido a álcool, deu mais trabalho que o esperado, mas no final os resultados surpreenderam: mais 15 cv com mudança leves

Nem sempre as coisas caminham como nós planejamos! Mesmo para uma revista de performance ou preparadores conceituados e experientes, a lei de Murphy (quando tudo dá errado) pode agir de forma impiedosa a segunda matéria da Seção “Potência na faixa” deu trabalho. Os leitores que enviaram uma frase (você já mandou a sua?) em homenagem aos motores fortes para AUTOPOWER correm o sério risco de se darem bem. Corre-se o risco de ter o motor preparado sem custo, no vasco. Desta vez, o custo foi nosso. Não pela grana, mais pelo trabalho dado. UFA!
O Palio 1.6 16V ano 2.001 do leitor Gustavo Preterote, de Louveira (SP), tinha tudo para ser um daqueles carros fáceis de serem alterados, pois o estudante de química sempre cuidou bem do seu carro.

O óleo e filtro eram recém trocados, a correia dentada estava nova, rodas e pneus zerados (adquiridos para sair “bunitão” na AUTOPOWER), por exemplo. Um detalhe custou alguns dias a mais de trabalho para os preparadores envolvidos no projeto: o motor foi convertido de gasolina para álcool.
Até ai, nenhuma novidade, com exceção de uma pequena falha no início da rotação:
“Meu pai ficava irado quando dirigia o carro”, conta Gustavo. O Palio estava em ordem, afinal a conversão foi realizada com cuidado: além de programação da injeção alterada foram instaladas bomba elétrica para álcool e partida a frio.
Quando fomos para a medição com o carro original decepção no dinamômetro: dez cavalos partiram sem dar notícia e o motor 1.6 16V que deveria render 106 cv (declarados pela fábrica), rendia apenas 96.5 cv!
Imaginando onde estaria essa “quase” dezena de potros em fuga, enviamos o Palio para a Dinho’s Escapamentos, Diadema (SP).
A empresa montou um sistema completo, do catalisador para trás, com 2,25″ de diâmetro, um abafador central e um silencioso traseiro. Romualdo Gollini, o Dinho, explica a escolha deste sistema: “Com 2,25″ de diâmetro, o escape mantém a velocidade dos gases de exaustão alta, porém sem restrições. É a medida ideal para motores aspirados com até 150 cv”, comenta ele.
De volta aos rolos de diâmetro, o escape rendeu 101 cv. UFA! graças ao sistema, recuperamos uma parte da tropa desgarrada para outras bandas.
Mantendo a filosofia de aliviar as prováveis restrições de fábrica, o Fiat foi enviado para a Giba Escapes (São Bernardo do Campo, SP). Lá foi fabricado um sistema de adição de ar de 3″ de diâmetro, acoplado a um filtro de alta vazão e duplo fluxo da americana HP Racing, distribuída no Brasil pela Koyama Imports.
Mais “dino-session”: até o final da matéria foram nada mais, nada menos do que 32 puxadas calibrando o multiválvulas. Finalmente o carro tem a potência declarada: 106.6 cv e um ronco amedrontador da combinação admissão/escape com alta vazão.

Roncão, 10 cavalinhos a mais…Chegara a hora da mágica da eletrônica embarcada. A NPC Performance (também em São Bernardo) entrou em ação para extrair mais alguma potência do hatch.

Antes de iniciar a calibração os preparadores Fábio Reolon e Emerson Soares
(o Gordo), verificaram velas, passaram a coleção de scanners da preparadora, mediram e limparam os bicos injetores e … Felizmente, verificaram a pressão de trabalho da bomba de combustível.
Sinal vermelho na peça! “Comprei essa bomba há pouco tempo e paguei caro! Quem me vendeu disse que ela era especial para álcool”, conta Gustavo.
A salvação veio da Savor Bombas (também no ABC paulista). A empresa testou, mediu, condenou e enviou outro componente.
No dia seguinte, o equipamento estava montado e novamente Fabio e Gordo deram continuidade ao desenvolvimento. Enquanto Émerson acelerava (e monitorava mistura e pressão de combustível), Fábio inseria novos parâmetros no sistemas de injeção…É assim foi por 22 puxadas, mais de dois dias de trabalho e um editor tenso, quase apavorado, e necessitando entregar mais um número da AUTOPOWER!
No final, programador e preparador deixaram o Palio com 114,5 cavalos: “Dava para tirar pelo menos mais sete ou oito cavalos se você nos deixasse em paz”, explica Fábio.
Desculpe amigo, tinha que entregar uma revista e o carro do Gustavo, que por sinal, gostou muito do Palio repotenciado.


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