
“Sonho Completo”
Revista FullPower – Ed.30
Gol GTI 1994 com kit turbo, motor forjado com 1,5 kg de pressão e rodas aro 17″ é o sonho realizado de estudante do interior de São Paulo. |
Fábio Akira, estudante de Educação Física de Mogi-Guaçu (SP), via o Gol GTI 8V 1994 branco perolizado andando pelas ruas de sua cidade e sonhava com o dia em que o esportivo ocuparia um lugar de destaque em sua garagem.
Tentou comprar o carro diversas vezes: sem sucesso. Até o dia em que o antigo dono resolveu casar e avisou Akira que venderia o desejado GTI, “Não tive dúvida, corri para vender minha Parati GTI 2000. O Gol tinha que ser meu!”
Fábio já teve muitos carros preparados e com o Gol não seria diferente! Logo depois de fechar negócio, começaram as alterações no visual e na mecânica. As rodas aro 15″ originais deram lugar às TSW Eurace 17″ com pneus 205/40.
No interior, todos os comandos foram trocados por equipamentos Shutt: volante R1, manopla de câmbio Matrix e pedaleiras Metal X. A sonzeira também não foi esquecida, com uma unidade Alpine, o par Bravox Endurance de 6″ nas portas e dois Bomber 6×9″ no tampão. No porta-malas estão o woofer de 15″ (também da Bomber) e o módulo Banda 9.8.
Já prevendo as alterações mecânicas, Akira instalou alguns instrumentos para ficar de olho na futura usina. O conta-giros Cobalt e o manômetro de turbo Pro Comp (da gringa Auto Meter) foram fixados na parte superior do painel. Na coluna A, um pod exibe manômetros de óleo e de combustível (SPA), além dos leds, tem mostrador digital de temperatura.
Alfaiate de escape
O dono da bagaça não podia deixar o manômetro do turbo sem função. Então, foi “obrigado” a instalar um kit turbo em sua cidade, na oficina Itaipu, do mecânico Ricardo Teixeira.
Como o carro tem ar e direção, Teixeira adotou um coletor de escape diferente dos vistos normalmente em motores AP. Para o turbo não esbarrar no compressor do ar ou no sistema de direção, a flange para a sua instalação está mais próxima à parede corta-fogo. Ou seja, muita criatividade para acomodar o caracol Master Power com caixa quente .63 e fria . 42.
Pistões Iapel e bielas Ancona, ambos forjados, foram montados e garantem que o bloco continue sendo uma peça única e não quebre em diversos pedaços. A injeção original FIC foi trocada por uma unidade do Gol MI que, apesar de mais moderna, permite acesso quase irrestrito às curvas de injeção.
Montado e funcionando, o GTI viajou para a NPC Performance, de São Bernardo do Campo (SP), onde Fábio Alexandre Reolon, Marcos “Markinhos” Eli e Emerson “Gordo” Soares fizeram o acerto. Fábio Reolon programou a injeção e Gordo montou a linha de combustível externa, dosador HPI e bicos retrabalhados. A válvula pop-off montada inicialmente deu lugar a outra, de alívio, deslocada para perto da caixa de bateria. Gordo explica a troca: “Sou mais a válvula de alívio do que a pop-off. Além do turbo ficar com a rotação estável, nas faixas intermediárias o motor tem mais potência. Deu trabalho para montar, mas valeu a pena!”
No dina, o 2.0 8V com 1,5 kg de pressão rendeu 334 cv a 5.700 rpm – já convertidos para o motor. O trabalho em equipe rendeu bons frutos!
Caso o seu carro seja novo demais e ainda não exista um kit para ele, nada de desistir! È possível recorrer aos fabricantes de escapes especiais.
O desenvolvimento, claro, vai exigir uma certa dose de paciência, afinal não é nada fácil acomodar tubos, coletores e turbinas em cofres cada vez mais apertados.
Hoje, só não monta um turbinado, quem não quer!