
“Corpo Tatuado”
Revista FullPower – Ed.29
No Brasil, um Mitsubishi Eclipse recebe veneno mecânico, kit aero e “tatuagem adesiva” sobre a carroceria: tudo pra ficar parecido com a máquina que detonou no filme Velozes & Furiosos |
Pintura? Nada disso: apesar da perfeição do visual externo, é preciso olhar com maior atenção para “desmascarar o efeito especial” aplicado ao Eclipse montado pela loja CHT, de Porto Alegre (RS). “Fisicamente”, o Mitsu também incorporou o estilo hollywoodiano, com um kit aero gringo e asa nacional (W One).
“Nem adianta virem me falar que esse ou aquele detalhe do meu Eclipse são diferentes do carro do filme. Tenho noção disso”, diz o empresário Adriano dos Santos, o dono da bagaça. “O meu objetivo era fazer um carro ‘no estilo’, mas sem a paranóia de construir uma réplica fiel”, completa.
O processo de metamorfose aconteceu na loja CHT, de Porto Alegre (RS). Tudo sob a supervisão do instalador e dono da casa Eduardo Portella Fernandes, o Duda.
O bodykit (kit aero composto por pára-choques e saias laterais) veio da Personal Fiber. Duda confessa sua preferência pela traseira do Mitsubishi: “Apesar do desenho muito simples, a peça de fibra conferiu agressividade ao conjunto.” Mas a “frentona” também é do mal, com enormes entradas de ar para a fera respirar. Duda avalia: “O kit é bem-feito. Foram necessários poucos arremates durante a colocação.” Uma asa da marca nacional W One, completa o pacote aerodinâmico.
Exposto no X-Treme Motorsports, no começo de julho, o Mitsuba do Sul fez o público paulista delirar. Cercado por outras quatro naves da CHT, ele era um dos que mais se destacavam. O sucesso foi tanto que o empolgado Adriano voltou para casa sem seu carro: “Mandei o carro para a (oficina) NPC Performance.” O upgrade foi simples: basicamente uma conversão para álcool. “Aumentamos a vazão dos bicos (por processo de eletroerosão) em 60% e alteramos de leve a programação do chip”, revela o preparador Marcos Eli. Uma válvula de prioridade e um dosador HPI também foram incluídos.
Quem avalia o trampo da NPC Performance é o próprio Adriano: “O ganho em desempenho está compatível com o que foi alterado. Estou satisfeito.” O dina comprovou o ganho: 15 cv de potência máxima, um salto de 215 cv para 230cv. A suspensão de rosca, feita por Beto Paraná (de Porto Alegre), ganhou elogios de Duda: “O Conjunto concilia conforto e estabilidade”.
Ao abrir portas e capô é possível descobrir a cor original, vermelha. O interior também mostra que tudo foi feito para acompanhar a pintura, não o adesivo: volante (Momo), manopla de câmbio (Sparco) e bancos concha (também Sparco). O sistema multimídia traz CD-player e DVD-player, além de sonzeira pesada, com módulo e sub no porta-malas. A garrafa de nitro é pura firula para fazer bonito nos campeonatos.