Revista FullPower – Ed.27

O desempenho do motor está ligado diretamente á qualidade do combustível .Um “agualcool” nervoso ou aquela gasosa de R$ 1,59 causam muitos prejuízos ao motor da sua caranga.
No caso da gasosa,o problema é mais sério.Dependendo da mistura o motor pode falhar,criar depósitos e borras em muitos componentes internos,ou em casos extremos, quebrar.Uma das propriedades mais importantes da gasosa é a octanagem.Ao contrário do que muitos pensam a octanagem é a capacidade do combustível de resistir á detonação (batida de pino) e não tem nada a ver com a capacidade de queima.
Três métodos definem a octanagem dos combustíveis:RON,MON e IAD.
O primeiro avalia a capacidade do combustível de resistir á detonação com o motor em carga total e em baixa rotação.Já o MON classifica essa característica com motor em carga total e alta rotação.O método IAD é a média dos resultados MON e RON.
A quantidade mínima de octanas presentes em gasolinas comerciais é de 87 octanas para a comum e aditivada e 91 para as premium.Existe ainda a Podium,oferecida pela Petrobrás em algumas cidades brasileiras,com 95 octanas.
Mas não pense que uma gasosa de alta octanagem pode aumentar o desempenho de qualquer motor.Taxa de compressão alta ou gerenciamento de combustível e ignição, geralmente definem se o combustível fará alguma diferença no rendimento.Normalmente,motores modernos respondem melhor a uma gasolina de nível elevado de octanas.
Na maioria dos motores é mais importante um combustível que mantenha os componentes internos limpos e livres de depósitos do que uma octanagem sarada.Por ter um preço mais acessível e procura menor,o álcool não tem sofrido tanto com os “batismos” de distribuidores e donos de postos inescrupulosos.
Na verdade,pode-se dizer que o Brasil é o “paraíso dos combustíveis” para alta performance.Qualquer preparador do mundo sonha em ter á sua disposição álcool a venda em qualquer esquina.
Apesar de um menor poder calorífico,o combustível tem grande capacidade anti-detonante e de refrigeração da câmara de combustão.Essas características permitem usar altas taxas de compressão,pressões de turbo “inimagináveis” para motores a gasolina ou curvas de avanço de ignição radicais.
A desvantagem é o alto consumo por quilômetro rodado e partida a frio deficiente.
Com um preço baixo e os sistemas de alimentação cada vez mais modernos,a conversão de motores (de gasolina para álcool) tem sido prática comum.Fábio Reolon,dono da NPC Performance,comenta: “Em muitos casos,é possível até mesmo ganhar potência com a troca de combustível,o ponto de ignição pode ser trabalhado radicalmente.”
O preparador lembra que além da conversão por remapeamento da injeção,é necessária uma revisão em todo o sistema de alimentação e a instalação de reservatório de partida a frio: “No inverno,fica difícil ligar o carro.A instalação de partida a frio se torna absolutamente indispensável”,diz Reolon.
Agora que você já tem as informações,é só encher o tanque e dar um role com sua caranga.Sempre com combustível de procedência.

COMBUSTÍVEL DE FOGUETE

Existe um supercombustível capaz de extrair potências inacreditáveis dos motores chamadas de nitrometano. Altamente volátil e instável quando queimado dentro de câmaras fechadas, ele pode destruir motores em segundos. Esse combustível é usado em foguetes (até mesmo nos ônibus espaciais) e nos Dragsters mais potentes do planeta,os Top Fuels.Para se ter uma ideia do poder da bagaça os motores V8 com blower dos Top Fuel geram 6.000 cavalos de potência! O segredo de tanta energia é uma característica curiosa chamada monopropelente:ao ser queimado, o combustível libera grandes quantidades de oxigênio dentro da câmara. Como a potência de um motor a combustão é gerada pela combinação de combustível e comburente (na proporção certa) dentro da câmara, um combustível capaz de liberar comburente na queima é algo insano.
Quanto mais combustível é injetado, maior é a potência.
Os Top Fuels são os carros mais potentes do planeta, graças ao combustível utilizado: Nitrometano, tão poderoso que é usado por foguetes.

TESTE AO VIVO

Pouca gente sabe, mas todo posto é obrigado a realizar um teste de teor de álcool presente na gasolina: basta que o consumidor o solicite antes do abastecimento.
Essa obrigatoriedade está prevista na portaria da ANP, número 248, de 31/10/2000.Se o frentista se negar á realização do teste, vire as costas e acelere para um posto que trate você( e sua moto ) com o devido respeito.
E não se esqueça de denunciar o posto fora-da-lei, entrando em contato com a central de atendimento da Agência Nacional do Petróleo (ANP) : 0800 900 267.
E se você quer se tornar um consumidor ainda mais consciente, acesse o site da Agência (www.anp.gov.br) e aprenda tudo sobre combustíveis: como é realizado o teste, relação de postos autuados, a diferença entre os combustíveis, o que fazer no caso de seu carro ter sido “contaminado” com gasolina de má qualidade…