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"Caixinha Mágica" - Revista Motor Show - Ed. 297 - Dezembro/2007.
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Caixinha Mágica
Ela melhora o desempenho do seu carro sem mudanças no motor
Texto Douglas Mendonça
Fotos Roberto Assunção
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Em mecânica não existem mágicas ou milagres.Essa máxima foi vendida até que a eletrônica começou a comandar as principais funções dos automóveis. A partir daí tudo mudou. Apesar de não ser possível ver, podemos antever e até imaginar qual é o truque da mágica. Resultados positivos de performance de um motor podem vir em boa parte de comandos acertados da central eletrônica que comanda a injeção e a ignição. Podemos melhorar o que as fábricas têm nos módulos de comandos originais? Sim...
Basta lembrar que o fabricante, quando calibra o sistema de alimentação e ignição de um motor, leva em consideração a qualidade do combustível encontrado nas bombas, os combustíveis adulterados, situações críticas de utilização e por aí vai. Nenhum fabricante se atreve a calibrar seus motores de maneira fina, tirando deles o máximo proveito. Os fabricantes não correm riscos e põem uma boa margem de segurança na hora de calibrar injeção e ignição. Não querem sustos por causa de um combustível batizado, por exemplo.
Teste Corolla
Com isso os motores originais têm uma potência aquém do que seriam capazes de produzir em situações normais, com combustível de boa procedência e com manutenção dentro do recomendado pelo fabricante. É ai que entra um fabricante da África do Sul que desenvolveu uma caixinha que “conversa” com a caixinha original que comanda a alimentação e ignição dos motores. Depois de seu sucesso nas competições no início dos anos 90, seu criador resolveu desenvolvê-la para buscar aqueles cavalos que o fabricante normalmente deixa de oferecer ao consumidor temendo uma utilização ou um combustível inadequado. Com o auxilio de um aparelho que mede a potência do motor, o lio de um aparelho que mede a potência do motor, o dinamômetro, simula-se praticamente todas as condições que o motorista encontrará no dia-a-dia, tirando desse motor o máximo proveito. Não se mexe no motor original, tudo é feito no módulo eletrônico.
Motor Show foi a fundo na história e testou o sistema, importado por uma empresa do Rio de Janeiro que é o distribuidor da marca sul-africana na Brasil, em dois veículos um Corolla 1.8 VVTi Flex automático e uma Hilux 3.0 D-4D (turbodiesel eletrônica). Testamos os veículos inicialmente originais,como saem de fábrica, medindo potência, torque e consumo de combustível. Depois instalamos a tal caixinha mágica da Unichip fazendo as mesmas avaliações e confrontando os resultados. Como em um passe de mágica, os resultados foram incrivelmente positivos; ambos ganharam potência e torque, e houve uma redução no consumo de diesel da Hilux. No Corolla constatamos um ligeiro aumento no consumo. Só para que se tenha uma idéia o motor original da Hilux passou de 165,5 cv medidos no original para incríveis 191,7 cv medidos na versão com Unichip. E o torque máximo passou dos 36,1 kgfm para bons 40,9 kgfm. Uma performance muito superior com um consumo médio que melhorou dos 12,95 km/l medidos em 77km de estrada de pista dupla e tráfego leve para 13,45 km/l medidos no mesmo trecho, uma melhora de cerca de 4% no consumo médio.
Nos gráficos de potência e torque, a linha inferior mostra o desempenho original do veículo, enquanto a linha superior mostra a performance com o Unichip
Teste Hillux
A melhora na performance é tão significativa que é possível sentir a diferença logo na saída. AS arrancadas da pesada SW são mais vigorosas e as respostas ao comando do acelerados são rápidas. A Hilux ficou sensivelmente melhor tanto na estrada quanto na cidade. Um resultado bastante positivo. O desempenho ficou tão bom que nem parecia um diesel.
No Corolla o resultado não foi menos surpreendente. A potência máxima do seda japonês passou de comportados 135,3 cv (medidos no dinamômetro, pois o declarado é 136 cv) para valentes 155,1 cv. Foram quase 20cv a mais na potência máxima em um motor 1.8 litro! No torque máximo a melhora obtida não foi menos surpreendente: chegou aos 19,5 kgfm contra os 16,3 kgfm que medimos no modelo original (declarados 17,5 kgfm) antes da instalação da tal caixinha. Mas no caso do seda, ele cobrou um preço para essa melhora na performance: um aumento de cerca de 12% no aumento do consumo de gasolina, que passou dos 12 km/l (um misto de 14 km de uso urbano e 73,4 km de utilização rodoviária em que o Corolla consumiu 7,28 litros) para 10,55 km/l (consumiu 8,28 litros). O importador garantiu que, da mesma forma que na Hilux, o consumo deveria diminuir. Pelo menos esse é o retorno dado por clientes que usam o módulo em várias marcas de carros a gasolina e álcool.
Mas não foi o que constatamos em nossas avaliações práticas. Mas para aquele consumidor que tem no desempenho sua prioridade, o sistema apresentou resultados bastante positivos: além dos valores máximos tanto na potência quanto no torque, nos regimes mais baixos de rotações, os mais utilizados pelo motorista no dia-a-dia, os resultados foram muito bons. A 2000 rpm, por exemplo, o motor do Corolla já produzia 15,2 kgfm de torque com o Unichip enquanto a injeção original limitava esse valor a 13,6 kgfm.
Na prática significa que as respostas ao comando do acelerador eram sempre mais vivas com o sistema complementar. Ultrapassagens mais rápidas e subidas mais fáceis são alguns dos resultados que o motorista sente ao dirigir. Se considerarmos o consumo de um litro a mais de gasolina (cerca de R$ 2,40) a cada 87 km, não chega a ser exorbitante quando considerarmos a melhora na performance.
O sistema não custa barato e é igual para todos. Custa R$ 3.000 para ser adaptado em qualquer carro. Preço com o dinamômetro e a calibração do técnico. É possível o reaproveitamento do aparelho quando se troca de carro. Basta calibrar novamente. Há ainda uma versão plug&play que já vem com um programa prévio instalado e os plugs de ligação com o módulo original de injeção já estão prontos. Esse sistema custa mais caro pela praticidade e não é disponível para todos os carros.
Com a Hillux SW, além da melhora na perfromance do motor, o sistema permitiu um pequeno ganho no consumo de combustível, que ficou menor que o original
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