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Mídia

"Turbo: mais potência, sem desgastes " - Jornal do Carro Fim de Semana
Parte integrante do Jornal da Tarde - Ed. 64 - Junho/2005.

 


Turbo mais potência sem desgastes

É uma das opções para "preparar" o carro. Especialistas explicam como evitar problemas no motor e afirmam que consumo vai depender do modo de dirigir.

Por Marcelo Fenerich




Na NPC Performance usa-se um dinamômetro de rolo (acima) para fazer os testes antes
de colocar o carro na rua. Marcos Eli (D), proprietário da oficina, garante que tudo é
ajustado para ter durabilidade normal sem consumo excessivo.

Hoje em dia turbinar é sinônimo de incrementar. Até algumas garotas são chamadas de "turbinadas". Mas o termo - que vem do latim turbine, redemoinho, e significa submeter a força produzida pela turbina - foi mesmo popularizado entre os amantes do automobilismo. Principalmente entre aqueles que gostam de força e velocidade.

Para aumentar a potência de um motor, sem mexer na cilindrada, uma das opções é a instalação de um turbo. A técnica de usar os gases do escape para mover um compressor começou a ser usada na década de 60. O primeiro carro de série a utilizar desse artifício foi o Chevrolet Corvair Monza, em 1961, nos Estados Unidos. Um ano depois, o Oldsmobile Jetfire, também americano, recebeu o mesmo sistema.
Atualmente, com as poucas opções de carros turbinados de fábrica à venda no Brasil e com a "febre" do tuning, muitos motoristas estão turbinando seus carros em lojas ou oficinas. Para fazer isso, é preciso tomar alguns cuidados para manter a integridade dos componentes mecânicos e garantir a durabilidade.

O engenheiro Marcos Eli, proprietário da NPC Performance, oficina especializada na preparação de motores, diz que a montagem e os acertos são fundamentais para manter sempre em ordem um veículo turbinado. O motor não pode receber nem muito ar, nem muito combustível. "Tudo é ajustado, considerando que é um carro turbo, para que funcione o mais próximo dos modelos originais tendo durabilidade normal sem consumo excessivo", afirma.

Eli conta que, após a instalação do kit, vários testes são executados na própria oficina. Usa-se um dinamômetro de rolo para que o carro atinja os maiores torque e potência nas rodas e no motor, além de velocidade sem sair do lugar. "Com os relógios instalados temos como monitorar a pressão do turbo, do óleo, do combustível e se está correta a mistura do ar com o combustível, atingindo a otimização das alterações feitas para maior performance e durabilidade", garante.
Segundo Eli, ao passar dos 0,6 bar de pressão, os carros devem ser convertidos para álcool. Por ser mais limpo e deixar menos resíduos, o uso do combustível vegetal reduz o risco de danos ao motor.

Prós e contras


Para o diretor da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Henry Joseph Júnior, o turbo, como toda tecnologia, tem seus prós e contras.
O lado positivo é aumentar a potência e o torque, porém é caro e demanda muito mais cuidados com a manutenção. Ele considera os turbinados de fábrica mais seguros. Já os montados precisam passar por vários testes de segurança que servem para detectar falhas e evitar possíveis prejuízos. "A tendência é que o usuário acelere mais para sentir a diferença. O consumo será maior e há um desgaste mais acentuados de alguns componentes", conclui.



Acima, a chamada 'relojoaria' na coluna: indicadores mostram a pressão do turbo,
do combustível e a mistura do ar com o combustível.



Manutenção

Marcos Eli recomenda a troca de óleo e filtro de combustível a cada 3 mil quilômetros. Já o filtro de óleo deve ser trocado aos 6 mil quilômetros. "É importante tembém fazer uma revisão na injeção a cada 10 mil km. Aos 20 mil km deve-se verificar se está tudo bem com o motor, abrindo-o."

Documentação

Segundo o Detran, antes de instalar o turbo, é preciso adquirir prévia autorização. Se aprovada, a modificação poderá ser feita com a apresentação da nota fiscal original do serviço e das peças utilizadas, e o certificado de segurança veicular expedido pelo Inmetro ou entidades por ele credenciadas. Depois, é necessário montar um processo de transferência e fazer a vistoria do veículo.


 


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