|
"O Barato do Veneno" - Revista Mecânica -
Edição especial Hot Feroz - Março/2002
Mostrando um Gol 1.6 envenenado sem muito investimento.
|
O Barato do Veneno
Gol 1.6 ganha veneno eficiente e barato. Com baixo
investimento, o desempenho melhorou, sem prejudicar
muito o consumo e a durabilidade.
|
Ao preparar o motor de um carro para andar nas ruas, o difícil
é manter o conforto, o consumo e a durabilidade. Por
isso existem "receitas" mais simples de veneno,
que já trazem um melhor rendimento, mas apenas se trocam
alguns poucos componentes e se gasta pouco, geralmente menos
de R$ 1.000,00. Uma destas receitas foi escolhida pelo comerciante
Wilson Gomes, 31 anos, que acaba de fazer uma leve preparação
em seu VW Gol 1.6 Geração III ex-gasolina,
pois agora roda com álcool. Gomes queria um motor aspirado,
sem usar turbo compressor, porém mais rápido
e potente.
Insatisfeito com o desempenho do motor original 1.6 (de 92cv a
5.500 rpm) Wilson procurou a oficina de preparação NPC Performance , em São Bernardo do Campo (SP). Segundo ele, que
antes tinha um Gol 1.6 1997 "Bolinha", este Geração
III se mostrou mais fraco.
A princípio foi instalado apenas um chip especial na injeção
eletrônica, que foi remapeada, o que melhorou levemente o
desempenho e o torque. Porém, o rendimento ainda deixava
a desejar. O Gol voltou novamente à oficina e desta vez a
receita aumentou. Começou com a instalação
de um coletor de escape 4x1, com dois abafadores, e a troca do comando
de válvulas por outro mais forte, de 272º. O cano de
escapamento passou para duas polegadas de diâmetro para deixar
o motor mais livre, sem fazer muito barulho.
Tudo de novo
Apesar da boa potência em rotações mais elevadas,
a marcha lenta ficou mais "pipocante" (devido ao comando
bravo) e as arrancadas ficaram mais lentas, pois houve perda de
torque. Como o carro é mais usado na cidade, Gomes instalou
novamente o comando original, mas desta vez com um chip especialmente
preparado para rodar com álcool. O novo acerto eletrônico,
com novas curvas de torque e potência, ainda não satisfazia.
Então, mais uma vez se trocou o comando de válvulas
por outro não tão forte como o 272º: instalou
um 268º emprestado do Ford Escort XR-3. Na injeção
foi aumentado o diâmetro do corpo de borboleta, que controla
o ar para queima - passou de 52mm para 54mm. O carrinho continuou
com o álcool como combustível.
Para completar o tempero, veio um filtro de ar, esportivo e lavável,
para garantir melhor aspiração, e uma polia regulável
de alumínio para o comando de válvulas. O comando
passou a trabalhar dois graus adiantados. As velas foram trocadas
por outras especiais, com quatro eletrodos, e o ponto de ignição
foi adiantado, passando de 9 para 12 graus em marcha lenta.
As médias com álcool
na cidade ficaram em 7,0 Km/litro. Segundo ele, quando rodava
na gasolina, o consumo às vezes estacionava nos 6,0
Km/litro. Um dos responsáveis por isso é o novo
chip, programado para receber mais torque em rotações
baixas, exigindo menos aceleração e deixando
rodar em marchas mais altas.
Segundo o preparador Fabio Alexandre, o veneno deve
ter acrescentado ao motor algo em torno dos 25 cv, chegando
perto dos 120cv, o que reflete numa velocidade máxima
de quase 190km/h. O torque também melhorou e o "0
a 100 km/h" deve estar abaixo dos 10 segundos, diz o
preparador.
Veneno: filtro de ar, comando com polia
regulável (detalhe) e custo acessível.
Mais visual
Para acompanhar a nova performance, o visual também mudou.
As rodas aro 13 deram lugar a outras de 15 polegadas, de liga leve,
com pneus Toyo Proxes 195/50. Além do visual mais esportivo,
o conjunto rodas/pneus melhorou a estabilidade. A suspensão,
assim como os freios (discos dianteiros e tambores atrás),
se mostrou suficiente para o novo rendimento.
Satisfeito com o Golzinho álcool, Wilson pretende instalar
alguns acessórios que trouxe dos Estados Unidos. Caso de
uma shift-light (luz que indica rotação para
troca de marchas) e um medidor da mistura de combustível.
O restante continua original, pois o painel já oferece contas-giros
de série, complementado apenas por um CD player com módulo
e sub-woofer no porta malas.
Wilson garante que o veneno final, hoje instalado no Golzinho, custou
relativamente pouco.
Com este investimento já houve melhora na performance e o
carro ficou mais esperto no uso urbano. Esse tipo de veneno, (leve
e barato) pode ser usado em modelos nacionais, inclusive em motores
de cilindrada diferente.
escape mais grosso
|
lanternas fumê
|
Medo do álcool
Assim como a maioria dos brasileiros, descrente com o carro
a álcool, Wilson também demorou a aderir ao
combustível vegetal. Só depois de muita insistência
do preparador Fábio, ele aceitou a mudança.
Após algum tempo rodando com o novo combustível,
Wilson diz que o motor ficou mais redondo, "torcudo"
e acima de tudo, mais econômico para quem roda bastante,
pois o álcool é bem mais barato que a gasolina.
"Valeu a pena a mudança. Se quiser vender o
carro, basta trocar o chip. Ou não, dependendo do
comprador". Já com 50.000 km, o motor do Gol
funciona muito bem, inclusive com uma marcha lenta civilizada,
em torno das 1.000 rpm.
|
Gol ganhou também engate na traseira e rodas de liga aro
15
Voltar para o índice das publicações
|
|