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Nova Geração - Revista FULLPOWER- Ed. 87 - 2009.
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Nova Geração
Reunimos os representates do segmento hatch compacto com motor 1.4 para ver qual deles é melhor em desempenho, preparação, som acessórios... Confira!
Texto Luciana Bulgarelli
Fotos Fábio Arantes
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Entre os flexíveis, seu desempenho fica acima dos motores 1.0 e seu custo abaixo dos 1.6. Estamos falando dos propulsores 1.4, desenvolvidos pelas montadoras para oferecer melhor performance e economia de combustível para suas versões de entrada, com boa relação custo/benefício. No início de 2006, a Peugeot foi a pioneira e apresentou o hatch 206 com motor 1.4 Flex, pelo preço da versão 1.0 Flex - promoção de lançamento. Em seguida, veio o Citröen C3, equipado com o mesmo propulsor do primo francês. Em 2007, chegaram ao mercado o Chevrolet Corsa e o Fiat Palio com esta opção de motor. Os modelos passaram por atualizações e, hoje, o segmento dos hatches compactos tem como representantes: C3, Corsa, Palio e 207, como aparecem na foto de abertura desta matéria.
Neste comparativo, nossa meta foi analisar o potencial de cada carro, no que diz respeito à instalação de acessórios e alterações para ganho de performance, além de avaliarmos suas características originais. Nas páginas seguintes, você acompanha as medições feitas no dinamômetro do galpão FullPower (motor original, com filtro cônico e chip de potência) acessórios disponíveis, som... E confere qual leva a melhor!
C3: R$ 37.990
Bem equipado - com ar-condicionado, computador de bordo, trio elétrico, volante e banco do motorista com regulagem de altura, de série -, o hatch da Citröen é mais indicado para quem prefere conforto ao desempenho. Para uso no dia-a-dia, em trechos urbanos, ele demonstrou menos agilidade frente aos concorrentes.
Na primeira medição no dinamômetro, com motro original, a potência e o toque do C3 apresentaram pouca divergência dos números declarados pela montadora (ficha técnica): 81 cv a 4.900 rpm e 13,5 kgfm a 3.100 rpm. Com filtro esportivo e remapeamento da injeção, houve ganho especialmente em baixas rotações, registrando a máxima de de 88 cv a 5.200 rpm e 14 kgfm a 3.600 rpm (gráfico comparativo). Para esta modificação, o investimento será de R$ 120 a R$ 200 para o filtro (mais adaptação) e R$ 450 para o chip.
Se quiser obter mais performance, a opção é adotar um kit turbo - ganha-se cerca de 40%, dependendo da pressão aplicada. Atualmente, apenas a Turbo Anhanguera oferece um modelo nacional para o C3, por R$ 2.500. O valor fica bem acima dos kits dos demais modelos (média de R$ 1.500), pois é preciso fazer um coletor de escape tubular e pressurização sob medida.
Entre os acessórios esportivos originais, a Citröen oferece para o C3 rodas de liga leve aro 15" (a partir de R$ 2.000, sem os pneus), aerofólio (R$ 700) e ponteira de escape cromada (R$ 80). Na versão de entrada, GLX, há pré-instalação para som. Tomando como padrão para o comparativo um sistema composto por MP3 player, um kit de duas vias na dianteira (há espaço para tweeter nas colunas A), dois coaxiais na traseira, um subwoofer de 10" e um amplificador no porta-malas, este compacto recebe facilmente todos os equipamentos.
Corsa: R$ 31.827
O ponto forte do hatch da Chevrolet é o motor, mas... Ele surpreende apenas nas altas rotações. Original, no dinamômetro, foram registrados 103 cv a 6.100 rpm e 13,5 kgfm a 4.350 rpm - praticamente empata com os números de fábrica. Em baixos giros, falta força para este 1.4 Econo.Flex. Ao contornar uma esquina ou passar por uma lombada em segunda marcha, por exemplo, a resposta do acelerador é lenta e não agrada.
Como nos adversários, há a possibilidade de melhorar um pouco seu desempenho em baixa, usando filtro de ar cônico e chip de potência. Com estes componentes, o Corsa passou a ter máxima de 107 cv a 6.100 rpm e 14 kgfm a 4.100 rpm. O custo é praticamente o mesmo dos demais: de R$ 120 a R$ 200 pelo filtro (mais adaptação) e R$ 450 para o remapeamento da injeção eletrônica.
Para o Chevrolet, há três opções de kits turbo no mercado: Turbo Anhanguera (R$ 1.390), Beep Turbo (R$ 1.470) e SPA Turbo (R$ 1.790). O ganho de performance também é de aproximadamente 40%, dependendo da pressão aplicada.
O valor inicial, de R$ 31.827, é para a versão Maxx. E ela é bem básica: ar-condicionado, travas elétricas e direção hidráulica, por exemplo são opcionais. Há preparação para o som, com fiação e antena de teto. De acordo com Rogério Belarmino, da Trippyz Technology on Wheels, na traseira existe espaço para falantes de 4" nas laterais, sobre o tampão. Para colocar um dupla de 5", é preciso um adaptador e tirar peça de fixação original. É bem trabalhoso.
Entre os acessórios originais, estão disponíveis saias laterais mais aerofólio (R$ 1.500), ponteira de escape esportiva (R$ 120) e rodas de liga leve aro 14" (a partir de R$ 1.500).
Palio: R$ 33.110
Com potência de 88 cv a 5.600 rpm e torque de 13 kgfm a 4.450 rpm registrados no dinamômetro, o Palio apresentou a melhor dirigibilidade entre os modelos avaliados. É mais constante, tem bom desempenho em baixas rotações, em uso urbano, e também em altos giros, como em situações de ultrapassagem.
Após a instalação do filtro esportivo e remapeamento da injeção, os números subiram para 91 cv a 5.950 rpm e 13 kgfm a 4.400 rpm. A exemplo dos demais, teve melhor resultado em baixos giros (veja gráfico comparativo). Para instalar um chip de potência, é preciso desembolsar R$ 400 e, para o filtro, entre R$ 120 e R$ 200, sem contar a mão-de-obra. Porém, para quem deseja realmente ganhar performance e está disposto a investir, há opção de dois kits turbo: da Turbo Anhanguera (R$ 1.420) e da Beep Turbo (R$ 1.430).
Com relação ao visual, há um bom pacote de acessórios esportivos originais, incluindo saias laterais (R$ 680), pedaleiras de alumínio (R$ 130) e rodas de liga leve aro 15" (a partir de R$ 1.800). Direção hidráulica, faróis de neblina, volante com regulagem de altura e aerofólio estão entre os componentes de série - ar-condicionado, sistema de som e vidros elétricos são opcionais.
Se o proprietário decidir instalar um conjunto sonoroem uma loja especializada, o Palio vem com a fiação necessária. Nas portas dianteiras, vão alto-falantes de 6" e há espaço para tweeter nas colunas A. Na traseira, podem ser colocados coaxiais de 4" mas, como ocorre no Corsa, são fixados nas laterais, sobre o tampão (é necessário adaptador para receber de 5"). Segundo Rogério, da Trippyz, a maior dificuldade está no pequeno espaço no painel para a unidade principal - dá trabalho instalar o aparelho.
207: R$ 37.990
Este preço inicial do 207 é da versão com quatro portas, segundo o padrão dos outros modelos avaliados - com duas portas, começa em R$ 35.990. Apesar de ter o mesmo motor do primo C3, o sistema de injeção eletrônica do Peugeot é diferente, assim como a relação de marchas do câmbio manual. Por esses motivos,os dados de desempenho apresentaram um pequena diferença com relação ao Citröen e aos números declarados pela montadora (ficha técnica). Original, a potência é de 79 cv a 5.400 rpm e o torque de 13 kgfm a 3.250 rpm, medidos no dinamômetro.
Equipado com filtro esportivo (de R$ 120 a R$ 200, sem incluir adaptação) e chip de potência (R$ 450), houve ganho de 7 cavalos, assim como no C3: 85 cv a 5.500 rpm e o torque de 13 kgfm a 3.500 rpm. Para o 207, existe apenas um kit turbo nacional, produzido pela Turbo Anhanguera. A vantagem sobre o Citröen está no preço: R$ 1.470, semlhantes aos valores de kits para Corsa e Palio.
A relação de acessórios esportivos originais do Peugeot é a mais completa, incluindo rodas de liga leve no aros 16" e 17" - de R$ 2.271 a R$ 3.775, sem os pneus -, volante de couro (R$ 1.028) e pedaleiras de alumínio (R$ 189). De série, é equipado com direção hidráulica, ar-condicionado, banco do motorista com regulagem de altura, preparação para som com 2 alto-falantes nas portas dianteiras e travas das portas e vidros dianteiros elétricos, entre outros itens. No 207, a instalação do som é semelhante à do C3, com todos os falantes nas portas (6" na dianteira e 5" na traseira), tweeter nas colunas A e sub e amplificador no porta-malas. A vantagem é que o estepe deste hatch está embaixo do carro e não no compartimento de bagagem, permitindo variar o projeto.
Testes e resultados
Para realizarmos as medições no dinamômetro do galpão FullPower, todos os carros foram mantidos com o motor na temperatura de trabalho. Os modelos avaliados passaram por três medições em cada etapa: primeira, com o motor original; segunda, com o filtro de ar esportivo; e terceira, com filtro de ar e chip de potência. O remapeamento da injeção eletrônica foi realizado pela NPC Performance, em São Bernardo do Campo (SP), com acompanhamento do consultor técnico da FullPower, Émerson "Gordo" Soares.
"Em média, houve um aumento de performance em torno de 10%, com adoção de filtro e chip. Como estes sistemas de injeção eletrônica são muito avançados, é difícil extrair mais potência dos motores atuais. O Corsa foi o mais difícil deles, pois a montadora já extraiu praticamente tudo o que era possível. Por outro lado, a Chevrolet permite outras modificações, como colocar um kit turbo, sem grandes adaptações", explica o consultor. Segundo ele, em alguns modelos, pode ocorrer queda de rendimento ao instalar o chip de potência. Neste caso, uma alternativa é fazer emulação em tempo real - regular todos os parâmetros da injeção individualmente.
"Quem quer um ganho significativo de performance nos carros atuais deve optar por componentes como sistema de escape com menor restrição e kits turbo. Apesar de exigir maior investimento, se for executado por um profissional especializado, o resultado é garantido", afirma Gordo. A partir daí, podem ser melhorados também freios e suspensão, com molas esportivas.
Vale lembrar que, para alterar motor e suspensão, deve-se pedir autorização prévia ao Detran da região onde o veículo está registrado. Após a modificação, o carro precisa passar por vistoria em um órgão credenciado pelo Departamento de Trânsito e, se aprovado, o proprietário solicita a modificação do documento.
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