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"O Salto" - Revista FULLPOWER- Ed. 63 - Julho/2007.
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O Salto
Com pistões e bielas originais, Mitsubishi Eclipse apresenta 370cv no dinamômetro.
O segredo? Escolha certa dos componentes e precisão no acerto final da mecânica
Guiliano Gonçalves Wagner Menezes/M2
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É possível, sim, aumentar a potência do carro sem exageros na preparação. A prova desta afirmação é o Eclipse 1995 de Gustavo Menezes, dono da preparadora GR2, de São José dos Campos (SP). Com poucos (mas suficientes) upgrades, a potência do carro saltou dos 213cv originais para 370cv!
Você deve estar pensando: “impossível extrair tudo isso com poucas mudanças”. É, meu camarada, pode ser difícil acreditar nessa história, mas você vai conhecer os detalhes do trabalho feito por Gustavo e vai mudar de opinião.
Turbinado de fábrica, o motor 2.0 16v(conhecido pelo código 4G63) é valente e se tornou famoso por suportar os abusos de preparadores. Mas, e se o turbo e o sistema de alimentação fossem redimensionados? Esses foram os principais pontos considerados por Gustavo. “Minha primeira idéia era aposentar o conjunto rotativo (eixo mais rotores quente e frio) de 39 mm do turbo original (Garrett T25). Em seu lugar, entrou o kit rotativo de um Garrett T25(42mm de rotor quente e 46mm do compressor). O upgrade ficou a cargo da Turbo Anhanguera”.
Com o turbo bem maior e com mais pressão (1,4kg frente ao 0,7kg original), foi preciso rever a injeção eletrônica e todo o sistema de alimentação, a fim de suprir a demanda de combustível. Gustavo, então, refez a linha de alimentação com mangueiras de 10mm, adicionou um dosador SPA no lugar do regulador original, na flauta, e uma bomba de combustível Walbro. Em seguida despachou o Eclipse para a NPC Performance, em São Bernardo do Campo (SP), para retrabalhar os bicos injetores e remapear o chip ECU com novos parâmetros de atuação.
Emerson “Gordo” Soares, preparador da NPC Performance, é quem fala sobre as alterações: “Para suprir a demanda de combustível, retrabalhamos os quatro bicos originais para vazarem 120 lb/h. Além disso, trabalhamos a central a fim de dar a ela novas linhas de ação, sobretudo na curva de avanço de ignição e de tempo de abertura dos injetores”. A bomba instalada por Gustavo também fez muita diferença. “Esse modelo pode ser equipado à bomba de 3000GT. É bem mais forte do que a dos Eclipse originais de fábrica.”
Mecânica nervosa, rodas 17” e adesivos radicais fazem deste eclipse uma fera do interior de SP.
Upgrade de Turbo e de Injeção
Alimentaçaõ balanceada, escape e turbo maior renderam 370 cavalos
Com a injeção devidamente acertada, o resultado foi 1,5kg de pressão de combustível inicial e 6kg de final, perto das 6000 rpm. De volta à GR2, o Eclipse recebeu um sistema de escape dimensionado feito pela preparadora. “Desenvolvemos um escape de 2,5” e utilizamos o coletor original, pois este é bem reforçado de fábrica”, avalia Gustavo.
Entre um trabalho e outro, o jogo de velas foi substituído por modelos de graduação mais fria, com cabos da marca Accel, de 8,8mm. Depois de tudo pronto, hora de realizar o primeiro teste. “É incrível como se pode melhorar a dinâmica do carro com poucas alterações. Agora, ele 'lixa' os pneus de primeira a terceira marcha facilmente. Isso, sem contar que os 200 km/h chegam muito rápido. A única mudança necessária será um novo sistema de freios. Com os originais, é impossível segurar o carro.”
Gustavo também leva em consideração o nível de segurança para funcionamento do motor com as alterações realizadas. “No estágio dessa preparação, não há mais o que fazer. Pistões e bielas trabalham no limite e, se houver qualquer descuido, eles 'vão pelos ares'. Mas, em contrapartida, posso utilizá-lo na boa o tempo todo. Tanto em marcha lenta quanto em altas rotações, ele funciona sempre liso e seu consumo não é exorbitante, está fazendo cerca de 4km/l.”
Interior Monitorado
Na coluna A, hallmeter de turbo e combustível. No centro, conta-giros
O Dono da Bagaça
Depois do 350Z da edição 62, você aparece com esse Eclipse irado, Gustavo?
Esse é meu xodó. Tenho ele há muito tempo e utilizo diariamente. Aliás, esse foi o motivo pelo qual mantive pistões e bielas originais. Eu não queria nada de absurdo, pois rodo com ele no dia-a-dia.
A exemplo do sistema de escape, Gustavo preparou a suspensão do bólido: molas mais curtas e amortecedores especiais travam a carroceria rente ao solo, assim como as rodas TSW Fly aro 18” com pneus 225/40. Externamente , o Eclipse chama muito a atenção, com adesivos rasgando as laterais e lanternas transparentes remetendo ao padrão fibra de carbono. Internamente, um painel bem radical, com iluminação semelhante à dos instrumentos da linha Cobalt da Auto Meter. Com esse Eclipse pelas ruas, São José nunca mais será a mesma cidade!
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