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"Bem nutridos" - Revista Full Power - Ed. 50 - Maio/2006.
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Bem Nutridos
Dois VW Voyage com preparações diferentes para uso diário: um carburado e o outro injetado. Faça sua escolha!
Por Paulo Tubarão
Fotos João Mantovani
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Qual é a melhor alimentação para um carro de rua com mais de 200 cv para uso no dia-a-dia: a confiabilidade do velho e bom carburador ou a tecnologia da injeção eletrônica? Para sanar a dúvida, FULLPOWER andou em uma dupla de Voyage GL, com preparação básica. Ambos são 1.8 e ganharam turbos de medidas diferentes. Com suspensões preparadas e freios capazes de ancorar rápido, carburado e injetado montados pelos preparadores Rafael "Monstro" Pagliuca, da oficina Motorfort, e Fábio "Marajá" Reolon, da NPC Performance, ambas de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
O Voyage vinho duas portas, ano 92, montado por Pagliuca, é um clássico dos turbinados, já que utiliza equipamentos bem conhecidos: kit Beep Turbo monofluxo, turbo Lacon Schiwtzer (eixo de 54 mm e rotor frio de 50 mm, com caixa fria, 50 e quente, 48) e carburador Brosol 2E de linha, original dos Voyage da época. No verde (ano 95), o trampo foi mais pesado por ser mais moderno e tecnológico. Fábio, sócio de uma das maiores preparadoras eletrônicas do Brasil, substituiu o "bura" por uma injeção Magneti Marelli.
Turbo, volante, manopla, instrumentação completa e banco concha fixo passam a sensação de um legítimo carro de pista
Enquanto Rafa acertava giclagem, ponto de ignição e pressão do carburado, Marajá se ocupou em instalar a injeção completa dos AP Mi para fazer o motor funcionar. "O carro não desregula facilmente, como um carburado. Depois de pronto e acertado, basta monitorar a mistura e acelerar sem preocupações". Após a instalação da injeção, entrou em cena um turbo Master Power APL 240 com coletor deslocado (devido à direção hidráulica e ao ar-condicionado que equipam o modelo) e uma válvula de alívio F2 Racing.
Em ambos, a taxa de compressão permaneceu original (8,5:1) e o sistema
de escape tem o mesmo diâmetro de 2,5", porém de empresas diferentes: Fábio levou na Giba Escapes e o de Rafa foi feito na Paulinho Escapes. Para regular a pressão de combustível, há um dosador Beep turbo no vinho, enquanto, no verde, usa-se um dosador original dos Mi montado na flauta dos bicos, com 110% a mais de vazão. A bomba de combustível de ambos é da Savor.
Enquanto a suspensão do vinho fica mais próxima dos carros de arrancada, feita na paulistana Fênix, o verde foi alterado na Constraste (SP), com acerto mais confortável.O poder de parada de ambos veio da paulistana Power Brakes, porém, com dimensões diferentes nos sistemas: discos dianteiros de 284 mm no injetado - que recebeu as redondas Orbital aro 15" cromadas - e de 256 mm, "slotado" nos dois VW.
Substituir o carburador por um sistema de injeção eletrônica tem um custo
relativamente alto, porém com seus benefícios
No interior do verde, muito conforto: ar-condicionado, direção hidráulica, volante revestido em couro, CD-player, bancos Recaro (forrados pela Courotec)... No vinho, a pegada é outra: banco concha fixo apenas para o piloto (um modelo-protótipo da Shutt), volante revestido de camurça, pedaleiras e manopla de câmbio da nova linha Shutt Rancing. O som que se ouve não é gerado por alto-falantes, mas, sim, do câmbio (Sapinho) com engrenagens retas que literalmente canta com o aumento da aceleração em terceira e quarta marchas. Pé embaixo, o Voyage dança conforme a música.
O conjunto de embreagem com disco cerâmico e platô de 900 lbs da FF Embreagens deu conta do recado em ambos. O injetado cresce desde as 2.500 rpm. Com 0,7 kg de pressão no turbo, mostrou 208 cv no motor, enquanto o vinho, cm 1,0 kg, acusou 228 cv. Por ter turbo maior e carburador trabalhado, a saúde do carburado aparece mais tarde.
Na cidade, a boa dirigibilidade, aliada a uma boa dose de esportividade, agradam bastante. O consumo de combustível na cidade manteve-se aceitável, com 6,5 km/l de álcool. Na estrada, o número melhora de leve: 8 km/l. As principais diferenças ficam, obviamente, em questões de bolso e conforto. O motor AP carburado pode ser turbinado por um preço acessível, cerca de R$1.500, uma vez que só é necessário um kit turbo básico. Agora, se a opção for aposentar o carbura e, em seu lugar, espetar um kit de injeção (módulo, chicote, flauta, bicos) para maior precisão no acerto, a diversão fica um pouco mis cara: cerca de R$3.500.
Um sistema de partida a frio (menos de R$200) é uma boa dica para quem mora em regiões de baixa temperatura ou simplesmente busca evitar perdas de tempo pela manhã para fazer o motor "pegar". AP turbão, seja ele injetado ou carburado, é assim: pegou, vira uma fonte de adrenalina.
Ambos mostram equipamentos, boa aparência e potência: faça sua escolha e "bon voyage"
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O dono da bagaça
E aí, Vandeco, contente com a caranga? Dá muita dor de cabeça ter um carro fuçado?
100% satisfeito! O Fábio montou este carro há quatro anos e já passou na mão de dois donos diferentes. Sem quebras!
Você fará mais alterações ou chegou num estágio em que já pode considerar suficiente?
Por enquanto, não vou mexer em mais nada. Tudo funciona perfeito! Quanto ao visual, dá gosto ver o quanto esse carro chama a atenção pela conservação. |
Ficha técnica |
Motor |
4 cilindros em linha, 1.8, 2 válvulas/cilindro, OHC |
Alimentação |
Injeção eletrônica multiponto, álcool |
Potência |
208 cv a 5.300 rpm |
Torque |
31 kgmf a 4.200 |
Transmissão |
Mecânica, cinco marchas, tração dianteira |
Freios |
Dianteira: discos ventilados
Traseira: tambor |
Pneus |
195/50 R15" |
Rodas |
Aro 15", liga leve |
Upgrade |
Injeção eletrônica, kit turbo, embreagem, bomba elétrica, escape, rodas, pneus, suspensão, freios, instrumentos, som, bancos esportivos, volante |
Empresas |
NPC Performance (instalação de injeção e turbo),
Power Brakes (freios),
Contraste (suspensão),
Courotec (bancos). |
Teste realizado em dinamômetro
Gráfico referente à medição no motor no carro
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O preparador da bagaça
Muito trabalhor para acertar o carro, Rafa ?
Nada! A preparação já estava feita e eu fiz somente alguns acertos no carbura para colocar um pouco mais de pressão no turbo. O dono gosta de acelerar.
Tem AP mais canhão rodando por aí... Você pensa em um estágio 2 do veneno?
Não é bem a vontade do cliente. Ele pediu um acerto light, nada brutal. Do jeito que está, é um excelente street, confiável e sem stress, para rodar na boa. |
Ficha técnica |
Motor |
4 cilindros em linha, 1.8, 2 válvulas/cilindro, OHC |
Alimentação |
Carburador brosol 2E, álcool |
Potência |
228.9 cv a 6.000 rpm |
Torque |
29,4 kgmf a 5.200 |
Transmissão |
Mecânica, cinco marchas, tração dianteira |
Freios |
Dianteira: discos ventilados
Traseira: tambor |
Pneus |
185/55 R14" |
Rodas |
Aro 14", liga leve |
Upgrade |
Kit turbo, polia regulável, bomba elétrica, escape, embreagem, câmbio reto, suspensão, freios, rodas, pneus, volante, banco concha fixo, instrumentos |
Empresas |
Motorfort (preparação do motor),
Shutt (interior),
Fênix (Suspensão),
Sapinho (câmbio). |
Teste realizado em dinamômetro
Gráfico referencial da medição nas rodas do carro
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