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"Cavalaria mais pesada" - Revista Full Power - Ed. 39 - Julho/2005.

 


Cavalaria mais pesada

Na capa de FULLPOWER 15 era apresentado o 1.0 mais forte do planeta: Um Gol Turbo com nitro e 330 cv de potência máxima.
O Volkswagen está de volta, agora sem nitro, mas com bielas forjadas, upgrade de turbo e ... 355 cavalos.

Por Teco Caliendo
Fotos João Mantovani


O Gol teve seu peso aliviado e motor reforçado com
um único objetivo: quebrar o recorde de velocidade

Impressionante, inacreditável, incrível, impossível... Muita gente questionou a potência do Gol 1.0 Turbo, capa da FULPOWER 15. De propriedade do instrutor de mecânica Tiago Jorge, naquela época, o VW rendia exatos 328 cv no motor mil com componentes internos originais e provocou espanto e questionamento. Para continuar chocando e acabar definitivamente com qualquer sombra de dúvida, ele voltou. Sem nitro e com cavalaria ainda mais cabulosa!
Logo após a matéria na revista, as bielas decidiram ver a luz do dia com o motor funcionando. Não teve jeito: Tiago decidiu que construiria um motor mais resistente e refinado para extrair ainda mais potência. Dessa vez, porém, seria sem o auxilio do nitro: "Cansei de ouvir que meu Gol só rendia bem com nitro acionado. Como fui obrigado a montar outro motor, decidi que ele renderia mais... E sem gás".
Com o orgulho ferido, Tiago tratou de comprar um motor novo na Crestana & Crestana (SP) e iniciou o desenvolvimento da preparação atual com a ajuda de seu colega no Curso de mecânica H.W. Parts, o preparador Wanderley Raineri.
Tiago ficou responsável pelo design dos sistemas de escape em aço inox ( coletor com turbos primários curtos para melhorar a resposta do turbo, tubo de escape de 2,5" de diâmetro e um único abafador), intercooler e sistemas de admissão de ar e de pressurização de 2,5". Turbo fabricado pela Mutante (SP).

 

Enquanto isso, Wanderley trabalhava exaustivamente no balanceamento do conjunto (virabrequim, polia e platô) e nos dutos do cabeçote e enquadramento dos comandos de válvula. Tudo para otimizar o fluxo de mistura e escape nas câmaras de combustão supercomprimidas. Para evitar outras quebras catastróficas, o preparador encomendou bielas forjadas na Ancona (SP).
O turbo adotado tem dimensões secretas e foi fornecido diretamente pela Garrett. Uma inspeção visual no turbo revela a presença de uma válvula de alívio - regulada para 2,2 Kg de pressão - e uma enorme caixa fria .50!
O sistema de combustível permaneceu inalterado em relação à primeira fase, com duas bombas externas de Gol GTI montadas em linhas independentes. A flauta de inox é exclusiva e de alta vazão (tem entradas distintas para as linhas): "Todo o sistema de alimentação tem peças de aço e inox. Assim, evitamos a corrosão provocada pelo álcool, que pode destruir bombas e bicos", ensina mestre Tiago.


Intercooler e admissão de ar: projetados para eficiência máxima

Motor montado e funcionando, chegara a hora de elevar o corte de rotação de 7.000 rpm para 8.500 rpm e, assim, aproveitar o rendimento do turbo de grandes dimensões. O serviço foi realizado pela NPC Performance (ABC paulista).
Com a rotação elevada, Tiago iniciou os testes no dina e descobriu que os bicos originais trabalhados não mantinham o motor devidamente alimentado acima das 7.000 rpm. A solução foi adotar um bico extra controlado por módulo HIS - alimentado pela linha e bomba de combustível originais do carro.
A rápida resposta do turbo (3.500 rpm), a alta rotação de troca de marchas (8.200 rpm ) e a potência do supermilzinho surpreendem: são reações capazes de deixar qualquer um de cabelos em pé!

 

O acerto da suspensão está voltado para "estabilidade em alta velocidade", pois o instrutor pretende quebrar o recorde brasileiro de velocidade para motores 1.0 - atualmente, do protótipo DKW Caracará, com 212 km/h de média, atingida na década de 60. As arrancadas são um stress, com pneus destracionando e a frente passarinhando muito (balança de um lado para o outro)
Depois de 1 Kg de pressão(5.500 rpm) fica dificil acreditar que você esta a bordo de um carro equipado com motor 1.0 - é muita força até o limite de corte!
Interior aliviado (sem forrações e banco traseiro), capô com travas de fixação alterada e o retrovisor aerodinâmico ( fabricado pelo próprio Tiago) foram as outras alterações executadas para bater o recorde. Após umas (poucas e boas) aceleradas na pista da Goodyear, em Americana - Tiago está próximo de realizar seu tão sonhado objetivo. Acelera, Tiaguera!!!

Instrumentação completa (e ao alcance dos olhos) para
monitorar a miniusina de velocidade final e interior 'aliviado'.

 

O dono da Bagaça

Sai muito caro fazer um motor igual a este?

Muito, velho! Não vale a pena! Um 2.0 pode ter essa potência por bem menos grana investida. Só fiz esse milzinho porque quero bater o recorde de velocidade.


E dá para andar com ele todo dia?

Nem dá! Tudo foi desenvolvido para performance pura, a parada aqui é engatar a quinta e acelerar sem dó!

 

 

 

 

* Fotos publicadas por cortesia e com autorização da Revista FullPower


 

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