Há algumas semanas, pegamos um Renault Sandero 1.6 8V Hiflex para realizarmos alterações leves. Por incrível que pareça, há alguns entusiastas dentro da empresa franco-brasileira que nos cederam o hatch e pediram para colocarmos alguns equipamentos que poderiam ser oferecidos nas concessionárias, sem causar problemas com garantia, segurança...
A primeira medida foi interferir na central eletrônica e saber quanto é possível ganhar em potência e torque sem alterações mecânicas. Os parâmetros foram manipulados por Fábio Reolon, da NPC Performance. O especialista foi taxativo: "esses motores flex têm acerto muito bom para uso diário. Conseguir ganhos sem trocas de peças mecânicas é bem difícil e o consumo pode aumentar", comentou. Realmente, o ganho foi apertado: pouco mais que quatro cavalos além dos 108 originais e menos de 1 kgfm de força extra. Além disso, o consumo aumentou perto de 10%. Para otimizar o resultado na reprogramação eletrônica, o ideal é adotar um filtro de ar esportivo externo e se possível trabalhar escape e catalisador. A outra alternativa é partir para a ignorância: tubinar o quatro cilindros e aí, sim, chegar perto dos 200 cv com o caracol acertado em cerca de 1,0 kg de pressão.
Ao sair da NPC Performance, em São Bernardo do Campo, o compacto da Renault foi para a Castor Suspensões, em Jundiaí. André Luis, responsável pela empresa e por desenvolver vários kits de molas esportivas (fixa) e com regulagem (ar e rosca), foi avisado que esse Sandero voltaria à Renault, para rodar com engenheiros e os que gostam de modificados da fábrica. André ficou alguns dias com o carro estudando a instalação e não simplesmente encaixou suas molas no lugar.
Os ajustes finos deixaram o carro cinco centímetros mais baixo e os amortecedores foram retrabalhados, com troca de válvulas internas e de óleo. O carro ficou bem mais rápido e firme. Claro que ficou mais duro, porém, ainda com conforto surpreendente.
Grande parte da melhoria dinâmica se deve às novas rodas Scorro, aro 17, modelo S215. Os pneus Nankang 215/45, enviados pela Motorcrazy (Curitiba, PR) foram escolhidos nessa medida para manter o máximo de conforto para um carro de grande volume e consumidores que querem aros maiores, mas pneus que possam absorver impactos sem amassar as rodas. Evidente que ficaria mais bonito se fossem mais baixos e até mais estreitos, para seguir a tendência "stretch". Mas, também seria arriscado para um carro de linha. O conjuto rodas/pneus 17" + suspensão trabalhada cumpriu o pretendido: mais estilo com bom comportamento.
Para mudar levemente o visual de forma reversível e atrativa, Luiz "Luuk-film" Agostinho se inspirou em alguns carros da Renault Sport vendidos na Europa. "Fiz faixas e quadriculados que remetem a competição, como em algumas versões RS européias. A película deu velocidade á carroceria, desde o capô e teto, até as laterais ". Tudo isso, aliado a um belo par de bancos tipo concha, da Shutt, instigam uma tocada mais esportiva de pequeno hatch, que ganha todas essas alterações em pouco tempo: as mudanças podem ser resolvidas em até duas semanas, desde a preparação até o visual.
Alguns itens encarecem o projeto, como o par de bancos, que chega perto de R$ 3 mil. Mesmo assim, podem ser passados para um próximo projeto.
Entre adesivar e rebaixar, no entanto, a brincadeira fica na casa dos R$ 1,5 mil. Nada de outro mundo para diluir em parcelinhas na concessionária.