PASSAT TSi
Henry Rovera é figurinha carimbada da Fullpower. Afinal, essa é a quinta vez que ele nos mostra uma de suas viaturas, cada uma representando uma fase da modificação. "Já tive carro antigo, tuning, DUB, sonzeira... Hoje, com a "forcinha" de alguns amigos experimento o estilo europeu no meu carro ", conta o entusiasta, referindo-se a seu Jetta TSi "pregado no chão". A altura do VW, inclusive, é responsável por diversos ataques por parte dos puristas: "frequento alguns encontros de Jetta e, em todos, torcem o nariz para a suspensão ultrabaixa. O discurso é sempre o mesmo, dizendo que trata-se de uma heresia socar um TSi", por ser fortão. Um dia, quem sabe eles entendam que isso faz parte do espírito eurolook", espera Henry.
Tal estilo ele conhece há tempos, pois passou alguns anos na Alemanha e isso era o que mais via. "Morei de 1999 a 2001 por lá e já era comum ver carros assim. Essas rodas inclusive, são muito comuns na Europa", lembra. As redondas que ele se refere são as Rotiform BLQ aro 19", fabricadas em alumínio billet. Para retornar à cena, Henry foi para a internet e passou a navegar por eventos de carros europeus. Até que viu um Jetta idêntico ao seu em uma das edições do Wörthersee, um dos maiores encontros do segmento do mundo, na Áustria. "Soube que a Borbogussi (empresa de Curitiba, PR) possuía um jogo dessa roda, específico para o carro, e nem pensei duas vezes", conta.
Assim que as rodas chegaram, comprou um jogo de molas esportivas, mas o resultado não ficou como ele esperava. "Uma vez, Chip Foose disse que para um carro ser bonito precisava ter o "the look". Tal expressão não tem uma tradução específica, mas quer dizer que pequenos detalhes na personalização fazem a total diferença no resultado final. No meu caso, o detalhe ficou por conta da altura", afirma. Para atingir o "the look", Henry importou da Alemanha um conjunto de amortecimento coilover Jon, com regulagem por rosca e funcionamento, acredite, macio!
Outro acessório diferenciado que contribui para elevar o nível do VW foi a grade dianteira, pouco vista inclusive lá fora. "Já ouvi dizer que essa peça vem do Jetta híbrido, vendido lá fora. Outros insistem em afirmar que é uma versão GIi do Volkswagen. Para mim, não passa de um componente criado por alguma empresa de personalização gringa, que por sorte eu abracei na internet", brinca.
E ainda sobra tempo para acelerar
Se não bastasse o visual "enterrado" alucinante do VW, Henri ainte teve tempo ($) para investir em sua performance mecânica - lembrando que o TSi sai de fábrica com um 2.0 Turbo de 211 cavalos. Como de praxe, ele procurou e achou na internet um kit mais do que suficiente, da gringa APR. "Esse conjunto faz parte do estágio 2, com filtro mais eficiente, down pipe e reprogramação eletrônica. Em um dia tudo foi instalado e eu tirei o carro da preparadora com quase 300 cv", conta, empolgado, o dono do carro. No conjunto, ainda acompanha um botão para desligar o controle de tração e o desbloqueio da velocidade final. A empresa responsável por instalar os componentes de performance foi a NPC Performance, sob os cuidados de Fábio Reolon.
Para usufruir de toda essa potência, entretanto, ele admite que só é possível em locais onde o asfalto for liso como um tapete. "Nessa configuração, é impossível arriscar qualquer acelerada. Primeiro porque, dependendo do piso, as longarinas encostam no chão. E, segundo, porque essas rodas, apesar de resistentes, são protegidas por pneus muito baixos e podem amassar", diz, referindo-se aos borrachudos 215/35.
Finalizando os caprichos de Henry, o Jetta recebeu diversos emblemas APR, pedaleiras de alumínio dos R-line, tampa de reservatório de óleo de Audi R8 e prolongadores de borboletas de câmbio do volante. "Eu não consigo deixar o meu cartão de crédito sem algo a pagar. Quando entro no site do eBay, então... Sai de baixo", brinca.
PASSAT TSi: Tão radical quanto!
Se você leu atpe aqui, com certeza está curioso em saber mais do Passatão TSi que acompanha o Jetta nas fotos. Pois bem. O Sedan esportivo de luxo é de Lucas Ruiz, mesmo dono do Golf vermelho que estava na capa da edição 125 de Fullpower. Aliás, foi depois dele que entrou de cabeça no estilo europeu. "Recebi tantos elogios com o VW que todos os meus carros subsequentes receberam tratamentos parecidos", conta Lucas, que ainda guarda o Golf na garagem pra os rolês aos finais de semana.
Como na outra caranga, ele busca modificações exclusivas para não correr o risco de ser copiado. "Quem, em sã consciência, soca um carro desses no chão ? Seguindo essa linha, consegui o que queria: chamar a atenção e dar pouca margem de haver outro igual", revela. Antes do Passat, Lucas estava com um Jetta Confortline, equipado com um jogo de rodas igual ao do Henry. Até encontrar um Passat na Europa com um jogo de rodas Bentley..."comecei a ir atrás de um TSi para montar igual ao gringo e, em pouco tempo, tive a aportunidade de abraçar esse aqui", lembra.
As alterações, ao contrário do que parecem, foram relativamente fáceis de realizar. Afinal, ele desmontou o Jetta antes de vender e já tinha a suspensão preparada, da alemã FK. "Os amortecedores originais do Passat têm 55 milímetros de diâmetro, enquanto os preparados 50mm. Como trabalho em metalúrgica, criei novos suportes que calçaram perfeitamente os componentes", revela Lucas, garantindo que precisou de apenas duas horas para produzir as peças. Mas, essas rodas, de onde vieram? Para a sorte do dono do Passat, Nuno Afonso, dono da perua Passat da mesma edição que saíra o seu Golf, procurava um comprador para suas redondas de Continental GT, pois compraria outro modelo. Lucas, sem pestanejar, vendeu as Rotiform sacadas do Jetta, interou mais um cascalho e abraçou o jogo.
Questionado sobre o risco de andar com tais rodas, com baixos pneus (225/30) em um asfalto tão danificado como o de São Paulo, Lucas rebate: "elas são de alumínio forjado e específicas para suportar duas toneladas e meia do Bentley. No Passat, praticamente nem sofrem", garante, referindo-se aos poucos mais de 1.400 kg do Volkswagen. Ele ainda pontua que, apesar de todo o potencial que o motor 2.0 Turbo oferece, seu lance é apenas desfilar, na manha.
"Mesmo se eu quisesse, seria impossível correr com o carro. Como o Henry frisou, há pouquíssimos lugares aqui em São Paulo para andar com carangas assim. Dessa forma, acaba se tornando um desafio ter um ultrasocado e ultilizá-lo diariamente, como é o meu caso", orgulha-se.
E se você acha que Lucas e Henry fazem pouco uso dos carros, se liga: eles não apenas vão até o evento X-Treme Motorsports, entre os dias 25 e 27 de outubro, como em seguida viajarão até o BGT Bubble Gun Treffen, dias 15 e 16 de novembro. "Fiz questão de reservar um quarto de hotel com sacada virada para a famosa lombada, na praça de Águas de Lindóia. Alí, quando os socados passam e raspam o assoalho, a galera vai ao delírio", diz Lucas. E Henry é ainda mais radical: "volto de lua de mel no dia 14 e vou direto para lá. Não poderia comemorar com mais estilo o meu casamento", garante. Atitude é o que não falta para os adeptos do eurolook!
