RED HOT BMW – BMW 335 ganha preparação eletrônica, chega aos 450 cv e ainda oferece acessórios inusitados, como minicelular, internet móvel, tv a bordo…
A sigla M na grade deste BMW 335i remete à Motorsport, divisão esportiva da fabricante alemã. Mas, esse sedan vermelho, 2008, não é um autêntico M. E nem precisava ser. Afinal, ganharia tantos upgrades e brinquedos após sua aquisição que o M3, esportivo da família “3”, ficaria com inveja. O proprietário tem lá suas facilidades: é um dos sócios da NPC Performance, especializada em preparação eletrônica de São Bernardo do Campo (SP). “Comprei o carro sabendo do potencial da preparação e pela cor. Nas minhas pesquisas, vieram menos de 10 unidades da 335i vermelha para o Brasil em 2008. Quando me ofereceram, tive de abraçar”, comenta Marcos “NPC”.
Independente da cor, o BMW 335i é demais pelo seis cilindros em linha 3.0, Biturbo de fábrica, com injeção direta de combustível! No ano/modelo deste Red Hot, a potência original declarada era de 330 cv a 5.800 rpm e 45 kgfm de torque (de 1.500 até 4.500 rpm). Com duas turbinas e uma oficina de preparação à sua disposição, é “encrenca” na certa e disposição para mais de 450 cv aferidos no dinamômetro.
“Poucos dias após comprar o carro, já estava na internet e revistas gringas procurando peças para ela. Tem de tudo, seja eletrônico ou componentes mecânicos. Importamos filtros de ar externos e down-pipes (parte do escape depois dos turbos) para começar a brincadeira”, conta Marcos.
A pressão de trabalho ao sair de uma revenda BMW era de 0,6 kg. Hoje, o quatro porteiras ao lado roda com 1,2 kg e overboost para 1,4 kg, graças à prepração da NPC Performance. Os turbos continuam originais e, além dos down-pipes, agora há um intercooler Active Autowerke. No escape, foi instalada uma válvula noise-changer, acionada por controle remoto, para não causar muito pelas ruas: quando quer roncar alto, Marcos a deixa aberta. Já quando precisa ficar na surdina, a mantém fechada. Assim, o escape com ponteira dupla fica quietinho e a 335i passa quase despercebida.
Quase, pois as rodas aro 20” pintadas agora em grafite (já foram brancas) levantam o visual do sedan. É preciso cuidado apenas com buracos e desníveis por onde anda, afinal esse carro vem de fábrica com pneus run flat que mesmo sem ar conseguem rodar, ou seja, não há estepe. “Com a troca dos pneus/rodas originais pelos de aro maior, estou no cavalete. Se estourar um pneu/roda, não tenho estepe e não são mais os que rodam sem ar. Mas, está valendo o risco, pois o visual com essas 20 polegadas ficou demais”, comenta o proprietário.
Com o desempenho otimizado e ajuda de um Sprint Booster (sistema que interefere no pedal do acelerador), as saídas borrachando são comuns e o controle de tração não dá conta de “segurar” a subida de giro repentina. As duas turbinas enchem rapidamente até 7.000 rpm e, além do conta-giros, o volante M Racing vindo da Europa tem LED’s que acendem conforme a rotação sobe e até paddle-shift para troca de marchas. Há também um visor digital que marca tempos de volta, por exemplo, para o mais radicais e adeptos dos Track-Days e time-attack. O volante em alcântara é apenas um dos equipamentos instalados por Marcos, um fã assumido de tecnologia.
Abaixo do difusor de ar perto da porta do motorista, há um monitor digital que marca pressão de turbo e vácuo: parece um equipamento original, tamanha perfeição no encaixe. Já à frente da alavanca do câmbio sequencial de seis marchas está um GPS que marca velocidade real, digital.
Na central multimídia, o sistema Apple TV e a internet estão disponíveis a bordo. O iPhone conversa com a central e quem estiver na caranga com um celular com acesso à rede mundial pode ficar no rolê conectado.
Como se não bastasse de tecnologia, um monitoramento de pressão e temperatura de pneus dá algum conforto para Marcos, longe dos seus run flat. “Um aparelho do tamanho de um chaveiro tem um visor digital e o coloco no console para acompanhar o comportamento dos pneus. Qualquer mudança de pressão aciona um alarme e posso decidir se encosto para verificar o problema ou se sigo viagem. É eficiente, acessível e universal. Recomendo para todos que não usam run flat”, diz ele.
E, na pior das hipóteses, existe ainda um recurso final para emergências: um mini-celular que mais parece uma chave de BMW veio com o carro.
“Pensei que era brincadeira, mas o aparelho funciona e bem. Nunca precisei em situações críticas, mas é bom saber que ele está sempre por perto”, finaliza o tecnológico dono deste biturbo raro no Brasil.