“Desafio Aceito”

Revista AutoPower – Ed. 57

Graças ao apoio de grandes empresas da performance nacional, o Palio 1.3 8V Flex do leitor Eduardo Shinohara é o primeiro turbinado do “Potência na Faixa”

O leitor Eduardo Shinohara, de São Paulo (SP), lançou um grande desafio na promoção “Potência na faixa”: “Eu tenho a audácia de entregar meu Palio Flex para ser turbinado. E vocês, terão a coragem de montá-lo?”
Depois de de contatos com algumas das grandes fábricas da performance do Brasil, foi enviado o sinal verde para o leitor desafiador: “Pode mandar o Palio! Ele vai receber o ‘sopro divino’ de um turbo Master Power.”
A unidade cedida pelo fabricante de compressores gaúcho é modelo 802.201, GT-22 com válvula de alívio incorporada, eixo com 46 mm de diâmetro, rotor de 42,5 mm, caixa fria Super 42 e caixa quente .47. Este compressor é recomendado para motores de 1,2 litros a 1,6 litros que utilizem, no máximo, 1 kg de pressão de trabalho. Ideal para nosso objetivo: um carro confiável, com dirigibilidade irretocável e bom rendimento, porém, sem exageros.

O sistema de exaustão completo (coletor tubular e sistema de escape de 2″ de diâmetro, ambos em aço carbono) foi fabricado pelo German Racing Scaps de São Paulo (SP).
De lá, o Palio seguiu para a Powertrain Contral (no ABC Paulista). O dono da empresa, Ednilson Alves “Piu-piu”, cedeu suas instalações para montagem do carro e se compremeteu a realizar o acerto do sistema de injeção Magneti Marelli flexível.

O preparador Emerson Soraes, o Gordo, mais uma vez se prontificou a montar um carro do “Potência”, com o auxílio do eletricista da Powertrain, o Sr. Sérgio “Bola” Margonari.
Gordo começou o trabalho pela alteração da linha de combustível: enquanto adaptava um niple extra na flauta, pois este Palio não tem retorno de linha, e sim dentro do tanque, o pote foi removido e enviado a Savor Bombas, em São Bernardo do Campo (SP). Sandro Álvares, um dos sócios da empresa, trocou a a bomba de Eduardo porque a peça já não estava nas melhores condições de uso após 42mil km.
A tampa do pote, também foi trocada por outra com uma entrada de combustível maior, e o regulador de pressão, que é fixado na peça, foi eliminado. As duas medidas permitiram a utilização de regulador de pressão de combustível ajustável do tipo HPi, fornecido pela Ancona.
O sistema de alimentação, finalmente, fora completado com a instalação dos injetores trabalhados pela PAP Injection, com 45 lb/h. Os bicos de tamanho exagerado para um motor 1.3 8 V com 0.8 kg de pressão (eles sustentam mais 200 cv a álcool, tê uma razão especial. Quem explica é Ednilson: “Injeções ‘flex’ aceitam bicos maiores, pois a central sempre quer trazer a mistura para a condição ideal de lambda 1.”
Com coletor, turbo, escape e linha de combustível prontos, Gordo construiu um defletor, isolando a caixa quente do cofre do motor. A peça de alumínio recebeu revestimento de manta térmica Termo Tape (asim como a saída de escape), cedido pela Giba Escapes (ABC Paulista).
A pressurização foi produzida pela, agora fabricante de componentes e kits de performance, Herrera Motor Sports (São Paulo). Os profissionais da empresa fizeram um tubo de aço inox de 2″x 2,5″ e forneceram as mangueiras de pressurização (com quatro camadas de reforço) e as de vácuo, ambas de silicone azul.
O motor FIRE fica protegido das impurezas por um filtro cônico, de alta vazão, vindo da Race Chrome. O elemento é ligado ao bocal do turbo por uma mangueira flexível de silicone com revestimento térmico Ancona.
Para que o leitor possa monitorar a pressão do turbo e rotação máxima do motor, o fabricante de instrumentos ODG enviou um manômetro para até 1 kg e uma shift light (regulada para 6000 rpm), ambos instalados por Bola.
Funcionando, o Palio Foi à NPC Performance para calibração em seu dinamômetro, um Dynotech 720. Amarrado ao Dino, ligamos o monitor de mistura e o scanner Napro para checar os parâmetros da injeção. O ponto de ignição ficou em 28º final e a temperatura do ar nunca ultrapassou os 60 ºC.

Apesar de ter rendido 115 cv nas primeiras medições (eram 65 cv com o motor original), o carro ainda não estava com o aproveitamento esperado. Os preparadores Ednilson e Gordo almejavam, pelo menos, uns 10 cv a mais. Ao trocarem o monitor de mistura com sonda normal por outro UEGO de banda larga, descobriram onde estava escondida a dezena de cavalos: o que parecia “rico” com o monitor comum, se traduziu em muuuito rico com o UEGO, principalmente em média rotações!
A solução foi diminuir os injetores para unidades com 35 lb/h e intervir na linha de pressão do dosador: uma válvula de esfera (ball valve) foi incorporada à linha, impedindo que o regulador recebesse pressão positiva até 0,45 kg de turbo. Só após ultrapassar esta pressão que o retorno do regulador começa a fechar para subir a pressão e combustível.
As duas medidas “exóticas” de acerto renderam 13 cv extras (128 cv a 5800 rpm) e o Palio de Shinohara ficou perfeito, com dirigibilidade de turbinado original de fábrica! Preparadores experientes, soluções inusitadas e equipamento de análise preciso fizeram a diferença no “Potência”! E você, já mandou sua frase sobre motores fortes? Não perca tempo!

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